O híbrido Ipyporã é resultado de um cruzamento entre B.ruziziensis e B. brizantha realizado em 1992, na Embrapa Gado de Corte. É uma planta de porte baixo, prostrado com colmos delgados. As espiguetas são uniseriadas e com pouca ou nenhuma pilosidade. A BRS Ipyporã entra no mercado para suprir a demanda por uma cultivar de Brachiaria de boa produtividade e manejo relativamente fácil, e com elevado grau de resistência à cigarrinha da cana do gênero Mahanarva, além de apresentar resistência às cigarrinhas típicas de pastagem dos gêneros Deois e Notozulia, principais insetos-praga de pastagens de Brachiaria no Brasil. A BRS Ipyporã é bastante semelhante à cv. Marandu quanto ao manejo, formando um relvado mais prostrado e denso, com alta porcentagem de folhas, portanto resultando em excelente cobertura do solo e competição com invasoras. A carência de cultivares adaptadas a solos de média fertilidade, com bom valor nutritivo e com resistência à cigarrinha Mahanarva faz dessa cultivar uma importante alternativa para diversificar áreas hoje plantadas unicamente com as cvs. Marandu, Xaraés e BRS Piatã. A BRS Ipyporã é recomendada para solos de média fertilidade, é bastante ajustável aos níveis de fosfato (P) no solo para a produção de matéria seca total e de matéria seca foliar. Apresenta grandes porcentagens de folhas e melhor valor nutritivo, independente dos teores de P no solo. A recomendação da semeadura é de 12 kg/ha de sementes de valor cultural 50% (600 pontos de v.c./ha), com profundidade de 2 a 5 cm. O primeiro pastejo pode ser dado aos 50-60 dias após a emergência das plantas; este pastejo é importante pois possibilita um melhor aproveitamento da forragem, estimula o perfilhamento basal e facilita o manejo da pastagem. Para pastejo rotacionado, recomenda-se entrada de até 30 cm (altura pré-pastejo) e saída de até 15 cm (altura pós-pastejo). Visando uma pecuária mais rentável, de ciclo mais curto e com menor impacto ambiental ou a alimentação de animais de categoria mais exigentes, a BRS Ipyporã é uma ótima alternativa para a diversificação dos pastos nas regiões do Cerrado.